A Carona

Essa é a história de um amigo caminhoneiro que mora em Goiânia. Ele sempre esta na estrada ganhando o pão da família e uma vez ou outra me conta histórias de arrepiar que acontecia em suas viagens, vou compartilhar com vocês algumas dessas histórias que ele me contou pessoalmente.

Eis que uma vez, estava Ronaldo fazendo o trecho São Paulo-Goiânia. Parou em um posto de gasolina pra abastecer e comer algo. Sentou-se no balcão da lanchonete e fez seu pedido. Enquanto estava comendo, uma mulher bonita e até bem vestida sentou-se do seu lado e puxou conversa com. Conversa vai e vem deu a hora de ir embora ele se despediu e saiu da lanchonete. Quando ligou o caminhão ali estava a mulher. Ele abaixou o vidro para ver o que queria e ela pediu uma carona, disse que morava na cidade vizinha e não queria andar até lá, que apesar de perto, já eram duas da manhã. Sem hesitar ele aceitou.

A cidade era realmente perto, dez minutos depois de sair do posto chegaram ao trevo. Apontando uma esquina ali no trevo, pediu pra parar e desceu do caminhão. Ronaldo se assustou quando viu que ali era o muro de um cemitério.

“Como você tem coragem de ficar aqui? Vamos embora eu te levo em casa, não importa que seja longe.” – disse ele com medo de deixar ela ali.

“Eu já estou em casa” – disse a mulher andando em direção ao muro do cemitério e desapareceu.

Contando essa história e conversando com outros caminhoneiros, descobriu que o fantasma era de uma prostituta que residia na cidade onde ele a deixou. Ela teria sido estuprada e morta por um caminhoneiro que a pegou naquele posto. Dizem que seu fantasma fica assombrando caminhoneiros como forma de vingança. Hoje, Ronaldo sempre desvia do trecho onde encontrou a mulher com medo de vê-la novamente.

E você? Daria carona a um estranho(a) na estrada?

TREVIANISMO

Nome: TREVIANISMO
Conhecido como: Literatura das Trevas e Literatura Depressiva
Reconhecimento: 2008
Patrono: Douglas .D.S 

TREVIANISMO(Literatura das Trevas) é um movimento literário de histórias de terror e poemas depressivos criado por Douglas .D.S. Surgiu em SP capital,Ficção,Realismo e Naturalismo compõe o movimento ideal do próprio Douglas e do movimento TREVIANISTA.

O movimento compõe coisas que pessoas normais não iriam entender, por isso se baseia nos 3 elementos pois apenas pessoas iguais ao Douglas iriam entender cada trecho e poema feito através dele. Não estaremos incentivando as pessoas ficarem tristes, TREVAS SANGRENTAS é um blogger triste feito por pessoas tristes e quem devem gostar e entender são nossos leitores que sempre apoiam com palavras de carinho e conforto.

O mascote: ''Death'' são inúmeras referências, principalmente da vida de Douglas, foi criado e desenvolvido por um designer americano, feito especialmente pra ele. Não tem nada haver com lance de satanismo e raiva que simboliza a morte dos outros e sim a ''Nossa morte mental''





''O movimento é separado por 3 elementos reais que compõe o movimento''

 1° Elemento  - Insanidade/Distúrbios/Bullying/Suicídio/Ódio/Revolta
2° Elemento  - Morte/Surtos/Ocultismo/Necromancia
3° Elemento -  Literatura gótica/Ficção especulativa/Horror sombrio/Terror cósmico

Blogs Percursores TREVIANISTAS:
TREVAS SANGRENTAS
POETA MORTO
ARANHAS SOLITÁRIAS

A lua sangrenta

Sonhos  nas bolas sangrentas,
Todos olhando verde,
O luar  está indo,
O Sol deve estar subindo.

Engraçado como muitas coisas são maçantes,
Devem ser as bonecas,
Dançando no corredor.

Algo está próximo,
Mas você está cheio de medo

Vultos descendo do teto

Quando eu era pequena, toda noite quando as luzes eram apagadas eu ia dormir, dois vultos desciam do teto na entrada do quarto. Andavam calmamente até minha cama e cada um ficava de um lado de minha cabeceira, me olhando. Eu cobria a cabeça com o cobertor. Até que um dia tive coragem de contar pra minha mãe. Ela colocou um abajur e me disse para rezar e pedir para eles irem embora.

Até hoje durmo com um abajur acesso.

Insônia

Não deveria escrever, mas talvez, assim consiga descansar. Nunca senti tanto medo como agora. Talvez ninguém chegue a ler, e como qualquer outro papel, isso vá para o lixo. Não espero a piedade nem a pena de quem estiver lendo. Apenas esclareço o que aconteceu aqui, pois eu não ficarei para explicar. Não se pode mudar o que está feito, os motivos só interessam a mim, apesar de não sabê-los ao certo. Portanto, explicarei somente os fatos e não explicarei os porquês. A garota que encontrará no sótão é minha filha, espero que tenha o cuidado de arrancar o arame de seu pescoço antes de desamarrá-la da cadeira. Certamente, você irá concordar comigo que ela é muito bonita. A garota é muito parecida com a mãe, falecida há três anos. Para comprovar, deixei o retrato da minha querida Lucia, no colo da menina. Michele tinha dois 12 anos quando minha esposa foi atropelada. Era nossa única filha. Depois do choque da morte, veio o período de superação, o qual atravessamos muito bem, confiávamos muito um no outro. O seu primeiro aniversário sem a mãe foi o pior momento depois da tragédia. Encomendamos uma missa para Lúcia e choramos o dia inteiro. Não quis mais saber de outra mulher, nunca me acostumei com sua morte. Ah! Como queria ter morrido junto com ela, não teria que encarar todo este inferno! Começou uma semana depois do dia do aniversário da minha filha. Havia acabado de voltar do trabalho, minha casa estava toda apagada como de costume. Sentei-me na poltrona sem acender as luzes e acendi um cigarro. Liguei o rádio e, na estação, tocava a nossa música. A música que eu e Lúcia escutávamos! Falava de temas medíocres, como um amor não correspondido e traição. Mas a melodia era tão doce! Comecei então, a sentir o cheiro de sua pele, o toque de suas mãos; escutava seus passos, a sua voz! De repente escutei sua voz cantando no banheiro! Não era possível! A mesma música, a mesma voz! Ela não tinha morrido, estava apenas no banho! Cheguei à porta e comecei a escutar o doce som. A música parou depois de dois minutos e também a voz. A porta abriu e, o vapor do banheiro,trazia para mim o seu cheiro. Ah como eu fremia! A fumaça dissipou-se e estava pronto para agarrá-la em meus braços! Que sensação foi aquela? Medo? Susto? Somente fiquei paralisado! Toda a minha excitação sumiu junto com a fumaça! Era a minha filhinha! Era ela quem cantava a música e, sem entender nada, com a toalha envolta em seu corpo, cumprimentou-me com um beijo na bochecha e disse-me, rindo:


— Oi Pá! Não quis te assustar, vi o senhor dormindo e não quis te acordar!

Seu corpo molhado, seus cabelos... Ela realmente tinha crescido.

— Tudo Bem? Perguntou-me a garota.

Algo em minha fisionomia deve ter me denunciado. Tentei sorrir, mas o máximo que consegui, foi contrair os meus lábios grotescamente. Fingi um mal estar, tranquei-me em meu quarto, tomei dois calmantes e dormi.

Durante a primeira noite de sono, apesar dos calmantes, acabei acordando de madrugada. Fui ao banheiro, e ao voltar, percebi que a porta do quarto de Michele estava aberta. Decidi entrar no quarto para ver se a minha menina dormia bem. Desde o dia da morte de sua mãe, ela não deitava sem a luz acesa de seu abajur. Suas pernas estavam descobertas e era uma noite fria, sem acordá-la cheguei perto de sua cama, acariciei seu rosto e.ao cobrir suas pernas com o edredom que estava aos pés da cama, meus dedos resvalaram em sua macia pele. Senti um horrível frio na espinha e uma tremendo desespero. Sai de seu quarto e fui direto à cozinha. Abri uma lata de cerveja e a bebi rapidamente. Voltei ao meu quarto, mas a noite para mim já estava perdida. Por mais que eu me virasse e me mexesse, não conseguia descansar. Percebi que estava amanhecendo por causa da claridade que invadia meu quarto através das frestas da janela.

Exausto, tomei um banho gelado para acordar. Nesse dia nem acordei a minha filha para ir a escola, pois tinha medo de entrar em seu quarto . Enquanto esquentava meu café ela apareceu com o uniforme da escola. Já havia se trocado, porém estava atrasada para aula. Pediu-me que a levasse de carro, pois me culpava por não tê-la acordado e por isso ter perdido a hora. Um pouco contrariado, acabei cedendo e dando a carona. Lembro-me tão detalhadamente daquele dia! Na frente da escola beijei-a no rosto e lembro-me tanto daquele perfume... Depois de sair do carro, percebi que um garoto, usando o mesmo uniforme, segurou sua mão levou- a ao lábios e a beijou ternamente. Tentando disfarçar, minha filha olhou para mim, largou rapidamente a mão do rapaz, o qual parecia ser mais velho que ela, e entrou correndo para a escola. Percebi, porém que antes de entrar na instituição ela ainda deu um lindo sorriso para o rapaz, que correspondeu no mesmo instante.

Na minha frente! Não tinha respeito pelo pai?! A minha menina paquerando dentro da escola! Agarrei-me ao volante com tanta força, que minhas unhas cravaram na borracha! Os meus dentes rangiam e novamente o fantasma me assombrou. Vi Lúcia na frente do meu carro. Estava como no dia de nosso encontro, um vestido longo, os cabelos soltos, até o mesmo sapato salto-alto! Sorria para mim. Meus olhos encheram-se de lágrimas e gritei. De repente, de seus olhos começou a vazar sangue enquanto ela ria ensandecida em minha direção. Logo depois apareceu o mesmo garoto que havia pegado na mão de Michele. Ele aproximou-se da minha mulher a começou a beijá-la como um animal sedento. Os dois riam como loucos e apontavam seus dedos para mim. Fiquei tomado de um ódio tão profundo! Todavia, o sentimento foi substituído por um pavor incomensurável. Um frio inexplicável tomou conta de todo meu corpo. Sentia meu sangue correndo rapidamente para minha cabeça. Escutei um horrível zumbido. Tentei recobrar o autocontrole, porém conforme o medo desaparecia, uma terrível cólera surgia mais forte que a anterior. Mordi meus lábios até sangrarem. Tentava convencer-me de que tudo aquilo era mentira. Ela estava morta havia dois anos, não poderia ser real! Fechei meus olhos e com medo do que poderia ver ao abri-los, mantive-os assim por um bom tempo. Ao abri-los, a imagem já havia ido embora. E rindo de tamanha besteira, pensei:

“Isso é que dá! Não dorme à noite e fica sonhando acordado.”

Era um ciúmes sem sentido. “As garotas dessa idade sempre têm um paquerinha! Vê se entende e esquece a sua mulher! Ela já morreu, não é a sua filha!” Apesar de tentar me convencer com meus próprios argumentos, ainda assim me sentia inquieto. Liguei o carro, acelerei e fui ao trabalho para tentar me distrair. Passei a tarde inteira com a visão fantasmagórica de minha esposa e resolvi dar um fim nesse pesadelo.

Ao chegar em casa, fui direto ao meu quarto e abri o armário. Decidi pegar todas as roupas da falecida e jogá-las fora, pois estavam me consumindo. Precisava libertar-me das visões, portanto juntei-as todas em um saco de lixo e joguei-as para fora de casa. Pensei em jogar fora, também, suas fotos, mas seria doloroso de mais.

Cansado, preparei o jantar para Michele e fui dormir. Foi o melhor descanso, depois do desastre. Depois daquela noite, as coisas pareciam ter melhorado. Passaram três meses e as visões não vieram mais. Comecei a me acalmar, porém via a minha filha muito menos. Tudo parecia ir tão bem!

Como estava enganado! Decidi, um dia, pegá-la depois da aula, havia saído mais cedo do trabalho, portanto decidi fazer uma surpresa. Minha filha estava tão linda! Vi Michele correndo pelo portão. Que lindo sorriso! Foi uma das primeiras a sair, porém não tinha me visto ainda. Foi então que eu presenciei tamanha desgraça! Ela entrava em um carro totalmente desconhecido para mim. Entrava alegremente e com tamanha familiaridade, que tive vontade de sair do carro e espancá-la na frente de todos! Meu coração acelerava e comecei a chorar de ódio! Tal era o meu desespero, que as minhas mãos tremiam. Controlei, contudo, os meus sentimentos. Segui o automóvel, com medo do que eu poderia ver. Tive o cuidado de ficar sempre por volta de uns trezentos metros de distância do veículo. Assim que ele parou, decidi estacionar do lado oposto da rua em que estava o maldito carro. Michele estava agora na frente de uma bela casa branca, com um grande quintal, porém ainda estava dentro do automóvel. O que estaria ela fazendo lá dentro? E com que ela estaria? Decidi afastar de mim toda a suspeita maliciosa. Afinal de contas era a minha filha! A qual criei muito bem! No entanto, ao abrirem-se as portas, todas as minhas suspeitas confirmaram-se. Desceram do carro a minha filha e aquele moleque que a paquerava na frente da escola! Sem vergonha, já se encontrando a sós com rapazes! Aquele filho da puta querendo levar a minha filha para a casa dele! Era muito para mim! Há quanto tempo ela freqüentava aquela casa? No mínimo há dois meses. Como tinha coragem? Quis sair e trazê-la para o carro à força, porém a minha curiosidade era maior que a minha raiva e fiquei parado, escondido entre as árvores da calçada em que havia estacionado. A sua excitação era tanta, que Michele nem olhava para os lados, portanto eu nem me preocupava em ser descoberto. Como doeu ao ver a menina beijando a boca do rapaz, enquanto ele passava a mão em todo seu pequeno corpinho. O corpo que era meu! Ela era a minha filha! E ninguém tinha esse direito! Provavelmente ele a teria iludido. Uma garota tão nova... Elas são tão ingênuas! Apesar de toda a minha ira, não fiz nada além de observar. Foi uma questão de tempo até os dois entrarem na casa.

Entrei no carro e corri como louco até a minha residência. Não me preocupava com faróis, ou pedestres. Durante o percurso, atropelei um pequeno cão que atravessava a rua. Na verdade eu queria matá-lo! A minha raiva era imensa! Conforme eu me distanciava podia ouvir os ganidos do bicho! Não posso descrever a sensação que senti, ao compreender a gravidade do meu ato! Senti-me assustado, porém me sentia aliviado, como se eu tivesse passado toda a minha raiva para o animal. Deveria ter me jogado contra o primeiro poste! Não sofreria tanto! Teria evitado esse terrível sofrimento!

Depois disso, eu começo a não me lembrar muito bem dos fatos. Lembro de ter chegado em casa. E de ter dormido com Lúcia! Ela estava em casa quando eu cheguei. No quarto, ela me esperava. Estava toda nua abracei-a, beijei-a como nunca. Nem consegui dormir. A minha felicidade era imensa ela estava lá para me consolar. Acho que cochilei um pouco, olhei para o meu lado e ela não estava na cama. Procurei-a pela casa e encontrei-a no banheiro, usando seu belo vestido de noiva! Era a única peça que eu não havia jogado fora. Estava bela, dançando na frente do espelho. Um imenso ódio me invadia e eu não sabia o porquê. Era verdade! Ela havia me traído com um pivete, e eu vi! Entrou até na casa dele. E agora vestia-se de noiva, na minha frente. Não poderia agüentar tudo aquilo. Ela tinha que pagar pelo que fez! Me traiu! Pensava que eu não tinha visto!

Foi tudo muito rápido, lembro-me apenas de minha mão em volta de seu pescoço. E de algo fino e frio em minhas mãos. Ela tentava gritar, mas eu não escutava nada! Sentia-me exausto. Depois não me lembro de mais nada.

Acordei com uma tremenda dor de cabeça e, então, foi somente o horror! O mesmo que me persegue há dois dias! A minha filha está em meu quarto! O seu rostinho está preto. Ela está com o vestido de noiva de Lúcia! Não consigo mais suportar tamanho terror! E tendo expostos os fatos que nem eu mesmo entendo, tentei somente relatá-los.

Hoje conseguirei descansar! Comprei quatro caixas de raticidas, uma de cada marca diferente! Não consigo exprimir meu tamanho contentamento! Hoje conseguirei descansar e, em breve, encontrarei-me com minhas duas princesas!

Vamos brincar no Céu?

André era um garotinho de seis anos, muito ativo e alegre. Tinha vários amigos onde morava e todos gostavam dele. Certo dia sua mãe deu-lhe a noticia de que iriam mudar de cidade. Depois da mudança ele teve muita dificuldade em fazer amigos, pois eles se mudaram para uma casa remota, longe da cidade. Afundado em uma depressão ele se sente cada vez pior, deixando seus pais preocupados. Mas o tempo foi passando e ele foi se adaptando a sua nova realidade.

Um dia sua mãe o observava brincando sozinho no quintal da casa. Parecia feliz, mas estava conversando sozinho. E foi ao se encontro.

“Com quem você está conversando?”

“Com Marcel, meu amigo.”

“Quem é ele? Seu amigo imaginário?”

“Não mãe, ele é real, mas você não pode vê-lo. Ele me disse que mora no céu.”

Preocupada ela levou o menino ao psicólogo que não detectou nenhuma anormalidade em André e disse que talvez ele houvesse criado um amigo imaginário para lidar com sua solidão e que isso iria passar com o tempo.

Outra vez André brincava no quintal, estava no balanço conversando animadamente. Quando sua mãe apareceu se assustou e ficou em silêncio, para seu espanto um dos balanços que estavam vazios estava balançando como se alguém estivesse ali, mas pouco a pouco foi parando.

“Por que o susto filho?”

“Nada mãe, não te vi chegando.”

“O que você estava conversando com Marcel?”

“É um segredo muito legal, mas ele disse que eu não posso te contar.”

“Eu sou sua mãe, você tem que confiar em mim.” – disse ela abraçando seu filho.

“Ele me disse que vai me levar para brincar no céu com ele. Também falou que lá eu poderei voar.”

“Eu te proíbo de ir lá.” – disse a mãe com lágrimas nos olhos e com o coração apertado.

Duas semanas depois André preparava-se para dormir. Enquanto sua mãe o cobria ele disse:

“Mãe o Marcel voltou hoje e disse que amanhã eu vou ir para o céu brincar com ele.”

“Não, eu já te disse que não quero que você vá com ele.” – disse ela novamente sentindo um aperto no coração.

No outro dia, a mãe de André queria tirar ele dali com medo de que algo acontecesse, apesar de ser cética sentia um aperto no coração inexplicável. Foram até o parque de diversões da cidade onde o garoto pode distrair-se e brincar enquanto sua mãe tirava fotos.

“Mamãe!” – gritou André se mostrando em cima de um brinquedo.

Sua mãe bateu uma foto e o mandou sair de lá, pois ele poderia escorregar e cair. Ao olhar no visor de sua máquina digital se assustou ao ver uma sobra ao lado do menino. Ela escutou um grito e quando se virou, viu André caindo, batendo o corpo em cada parte do brinquedo até atingir o chão. André morreu a caminho do hospital.

Algum tempo depois, a mãe do menino com saudades entrou no quarto que desde a morte do filho estava fechado. Começou a olhar os papéis e ficou aterrorizada quando achou um desenho igual a foto que tinha batido segundos antes da morte de André, e no topo da folha a frase: “Vamos brincar no céu?”.

A babá e o palhaço

Susy chegou pontualmente às nove da noite na casa onde iria cuidar de duas crianças de três e cinco anos enquanto seus pais iriam a um jantar de negócios em uma cidade vizinha.

Depois de dar as explicações para o casal saiu da casa deixando Susy com as crianças que já haviam ido deitar-se, o que evitou que ela conhecesse as crianças ou seu quarto.

Algum tempo depois ela escutou choro de crianças no andar de cima onde ficavam os quartos e foi lá ver o que era. Chegando lá encontrou as duas meninas chorando muito.

“O que foi?” – perguntou Susy.

“Eu não gosto de palhaços.” - disse uma delas estendendo a mão para um canto do quarto.

Susy levou um susto ao ver um boneco de palhaço do tamanho de uma pessoa adulta. Segundos após recuperar do susto ela também ficou com medo, pois aquele boneco era muito assustador. Pensou por que os pais deixariam um boneco tão feio no quarto das meninas. Ela sentou e cantou canções para as duas até elas voltarem a dormir. Depois disso voltou para o primeiro andar da casa e foi assistir televisão.

Um estouro acompanhado do choro das meninas minutos depois alertou novamente a babá. Ela correu para o quarto onde as meninas encontravam-se chorando da mesma maneira de ante.

“Vocês tem que voltar a dormir. Ainda estão com medo do palhaço?

“Ele estourou um balão pra nos assustar.”

Susy olhou para o chão e viu o balão estourado, uma agulhada no estômago a deixou preocupada. Ela olhou para o palhaço uma vez mais e pensou que ele estava em outra posição da primeira vez que ela o viu. Ela também ficou com medo e disse para as meninas que iria pedir para os pais virem embora. Desceu as escadas e pegou o telefone que estava na parede, mas estava sem linha. Foi até sua bolsa, pegou o celular e digitou o numero deixado pelos pais das crianças, a mulher atendeu.

“Oi aqui é a Susy, eu estou ligando porque as meninas estão com muito medo. Eu queria saber se eu posso tirar ou cobrir aquele boneco de palhaço gigante lá no quarto delas.”< “O que? Nós não temos nenhum boneco de palhaço em casa.” Somente ai Susy deu-se conta que não mais ouvia o choro das crianças e saiu em disparada para a escada. O suor frio descia pela sua testa, seu coração disparado e a boca seca deixam clara a sensação de pavor que ela sentia naquele momento. Cada degrau da escada parecia ter quilômetros, pois ela queria ver as crianças e saber se estava tudo bem. A única coisa que a mãe da criança escutou foi um grito e o telefone caindo no chão. O casal voltou para casa imediatamente e quando chegaram encontraram as duas crianças e a babá mortas. Todas tinham seus rostos pintados de palhaço e um balão de hélio amarrado no braço.

Bem-vindos ao inferno

Irão lhe julgar.
Irão te espancar.
Irão lhe matar.
Irão cuspir na sua cara .

Eles querem ser você.
Eles tem inveja de você.
Eles querem que você cometa um suicídio.

Não caia na dimensão oculta de uma mente que quer lhe derrubar.

Seja forte o bastante pra poder machucar todos!
Seja apenas você,
E veja quem é verdade.

Mudança

Julia e Rodrigo se mudaram para um apartamento novo. Estavam juntos há sete anos e eram muito felizes. Apesar de não terem muito dinheiro a oportunidade de compra apareceu inesperadamente e a proposta foi irrecusável, os antigos donos que se mudaram para outra casa e venderam o apartamento pela metade do valor real do imóvel e disseram que o pagamento poderia ser feito em seis meses.

Depois de dois dias morando lá, Rodrigo saiu para trabalhar e Julia ficou em casa, pois era seu dia de folga. Segundos depois que Rodrigo saiu Julia escutou um movimento na sala e pensando que seu marido havia regressado. Para sua surpresa a sala estava vazia e ela ficou com medo de ficar ali. Ela estava no quarto quando escutou um sussurro.

“Fecha a porta do quarto, rápido” – disse a voz.

Nesse momento ela escutou uma voz grossa no corredor que dava para seu quarto.

“Estamos sozinhos, eu posso fazer de você o que quiser.” – disse seguido de uma risada macabra.

Julia agiu rápido e fechou a porta e quando olhou no corredor não viu ninguém e começou a chorar notando que estava sendo assombrada por espíritos malignos. Estava trancada no quarto, sem telefone e sem ajuda. Ali ela ficou por horas e horas até que Rodrigo veio para o almoço.

Ele bateu na porta do quarto e Julia abriu, ela explicou tudo o que aconteceu. Rodrigo pensou que a mulher deveria estar sonhando ou delirando mas ele decidiu ficar em casa o resto do dia.

Já de noite Rodrigo estava no banho, quando sentiu uma mão tocando seu ombro, ele se assustou e virou para ver quem era, mas só encontrou o vazio. Quis sair correndo mas não queria deixar a mulher mais impressionada. Ele sentiu que algo não estava certo, o terror o tomou completamente até que escutou uma voz.

“Mate sua esposa, ela esta te traindo com seus amigos, vai tomar todo seu dinheiro e te jogar na sarjeta, sai daqui e a enforque, mate-a, mate-a, ela só quer seu mal.” – escutou ele repetidas vezes.

Sem muito controle de si e já hipnotizado ele sai do banheiro e vai até o quarto onde Julia estava deitada na cama assistindo televisão.

“Põe roupa seu pervertido.” – falou Julia sorrindo. “Algo errado Rodrigo? Que cara é essa?” – questionou ao ver a feição do marido.

Rodrigo pulou na cama em cima de sua esposa e começa a estrangulá-la. Julia tentou gritar mas seu grito não podia passar pela garganta que estava sendo esmagada. Ela olhou ao redor de si e viu varias pessoas, todos vestidos de preto e davam gargalhadas ao ver a situação da mulher, ela pode então entender o que estava acontecendo, seu marido estava sobre a influencia de maus espíritos. Ela viu uma luz do lado de sua cama, e sua avó, que faleceu quando ela ainda era um bebê estava do seu lado. Julia pensou que estava morta e sua avó teria vindo buscá-la.

“Segura na minha mão filha e repete o que eu disser, dentro de sua cabeça somente, não em voz alta.” – disse a senhora, começando a cantar o que parecia uma musica de oração.

Aos poucos Julia foi retomando sua força e viu os espíritos que atormentavam seu marido, porém eles não riam e sim gritavam. Rodrigo caiu do lado da cama desmaiado e quando Julia olhou para cama, sua avó já não estava mais lá junto com todos outros espíritos. Ela correu até o telefone e ligou para sua irmã, que era uma médium e estava acostumada com tal assunto.

Quando sua irmã chegou ao lugar andou por todos os cômodos, parecia estar muito assustada.

“Julia, você e Rodrigo tem que sair do apartamento agora e não voltem mais, mesmo que eu tente limpar-lo, espíritos das trevas sempre irão retornar para te atormentar. As macumbas e rituais demoníacos que foram feitos aqui marcaram o apartamento para sempre.” – disse sua irmã.

Quando Rodrigo acordou ela contou tudo a ele e mostrou as marcas dos dedos no seu pescoço. Furiosos eles pegaram algumas coisas pessoais e saíram do apartamento para nunca mais voltar. Porém iriam até a casa dos antigos donos tirarem satisfação.

Chegando lá Rodrigo bateu na porta da casa que estava escura e parecia vazia. Muito nervoso por quase ter matado sua esposa ele chuta a porta até arrombá-la. Quanto os três entram na casa viram que estava totalmente vazia.

“Não mora ninguém nessa casa a mais de vinte anos. O casal de velhos que moravam aqui morreu há muito tempo, os filhos nunca entraram na casa, tinham medo de...” – disse uma voz vinda da porta de entrada.

“Eu estive aqui há dois dias e eles estavam vivos, me venderam um apartamento e...” – gritou Rodrigo mas foi interrompido pelo homem na porta.

“Eu te vi aqui, você conversou sozinho o tempo todo, achei que você era louco. Como ia dizendo, o casal era muito rico, diziam que tinham pacto com o diabo e me ofereceram por varias vezes para fazer o mesmo, eu como bom cristão me afastei deles, mas sempre eu via que vinham pessoas aqui e eu podia escutar os gritos de tortura e encantos diabólicos, por varias vezes chamei a policia, mas nunca encontraram nada, os dois filhos que tinham os abandonaram ainda muito jovens, quando os pais morreram doaram os móveis, mas eu nunca os vi entrar na casa.” – disse o homem.

“Vocês foram vitimas desses espíritos, provavelmente queriam o espírito de Rodrigo.” – disse a irmã de Julia.

Rodrigo deu um grito de terror. Quando os outros olharam, ali estavam os dois velhos com olhos vermelhos e sorriso tenebroso. Os quatro correram para fora da casa e fecharam a porta. Julia e Rodrigo se abraçaram por um longo tempo tendo em mente que agora deveriam recomeçar a vida do zero.

Dizem por ai que o casal continua a procura de almas para coletar, então cuidado, a sua pode estar sendo observada agora mesmo...

O telefone dos mortos

Janaina estava passando os números de telefone dos seus amigos da agenda velha para uma nova quando viu o número de Patrícia, uma amiga falecida alguns meses em um acidente de carro quando voltava de uma festa com seu namorado Pedro que até hoje estava em coma. O acidente foi causado por um motorista bêbado em alta velocidade e Patrícia morreu no local.

Janaina sentiu um frio da espinha e uma tristeza repentina, pensou em ligar para o número e talvez escutar a voz de sua amiga em uma gravação se o telefone ainda estivesse ativado. Hesitou por um instante, pois não sabia qual seria sua reação ao escutar a voz da amiga, mas pegou o telefone discou o número. Escutou o telefone chamando duas vezes e fez menção de desligar, pois se sentia boba fazendo aquilo, porém alguém atendeu.

“Alo.”

“Oi Janaina.” – respondeu a pessoa do outro lado da linha.

“Quem esta falando?”

“Quem poderia ser? É a Patrícia.”

“É impossível.”

“Como assim? Você ligou para o meu número, quem você esperava que atendesse?”

Aterrorizada e sem saber o que fazer Janaina continuou a conversa, que foi curta, pois ela estava com muito medo. Nos próximos dois meses ela continuou ligando para o número que sempre era atendido pela amiga já morta, conversava rapidamente e desligava. Pedro havia saído do coma, porém ainda se encontrava no hospital se recuperando das fraturas.

Um dia Janaina decidiu que iria ligar e perguntar sobre o acidente e se ela se lembrava de algo. Ela ligou e as duas conversaram por período curto e Patrícia começou a fazer perguntas sobre seu namorado.

“Janaina, você tem alguma noticia do Pedro? Por que ele não me liga? Ele me prometeu estar do meu lado não importa o que acontecesse. Ele desapareceu e não me liga, tenho me sentindo tão sozinha.” – perguntou Patrícia com voz de choro.

Janaina estava paralisada, não sabia o que dizer ou qual seria a melhor resposta e falou a primeira coisa que lhe veio à mente.

“Porque... porque você morreu no acidente de carro.” – respondeu ela com calafrios.

A última coisa que ela escutou foi o grito de terror de sua amiga e o sinal de ocupado logo em seguida. Rapidamente ela re-discou o número de Patrícia, porém dessa vez a voz do outro lado da linha disse:

“Este número é inexistente.”
 
 

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