Julia e Rodrigo se mudaram para um apartamento novo. Estavam juntos há
sete anos e eram muito felizes. Apesar de não terem muito dinheiro a
oportunidade de compra apareceu inesperadamente e a proposta foi
irrecusável, os antigos donos que se mudaram para outra casa e venderam o
apartamento pela metade do valor real do imóvel e disseram que o
pagamento poderia ser feito em seis meses.
Depois de dois dias morando lá, Rodrigo saiu para trabalhar e Julia
ficou em casa, pois era seu dia de folga. Segundos depois que Rodrigo
saiu Julia escutou um movimento na sala e pensando que seu marido havia
regressado. Para sua surpresa a sala estava vazia e ela ficou com medo
de ficar ali. Ela estava no quarto quando escutou um sussurro.
“Fecha a porta do quarto, rápido” – disse a voz.
Nesse momento ela escutou uma voz grossa no corredor que dava para seu quarto.
“Estamos sozinhos, eu posso fazer de você o que quiser.” – disse seguido de uma risada macabra.
Julia agiu rápido e fechou a porta e quando olhou no corredor não viu
ninguém e começou a chorar notando que estava sendo assombrada por
espíritos malignos. Estava trancada no quarto, sem telefone e sem ajuda.
Ali ela ficou por horas e horas até que Rodrigo veio para o almoço.
Ele bateu na porta do quarto e Julia abriu, ela explicou tudo o que
aconteceu. Rodrigo pensou que a mulher deveria estar sonhando ou
delirando mas ele decidiu ficar em casa o resto do dia.
Já de noite Rodrigo estava no banho, quando sentiu uma mão tocando seu
ombro, ele se assustou e virou para ver quem era, mas só encontrou o
vazio. Quis sair correndo mas não queria deixar a mulher mais
impressionada. Ele sentiu que algo não estava certo, o terror o tomou
completamente até que escutou uma voz.
“Mate sua esposa, ela esta te traindo com seus amigos, vai tomar todo
seu dinheiro e te jogar na sarjeta, sai daqui e a enforque, mate-a,
mate-a, ela só quer seu mal.” – escutou ele repetidas vezes.
Sem muito controle de si e já hipnotizado ele sai do banheiro e vai até o
quarto onde Julia estava deitada na cama assistindo televisão.
“Põe roupa seu pervertido.” – falou Julia sorrindo. “Algo errado
Rodrigo? Que cara é essa?” – questionou ao ver a feição do marido.
Rodrigo pulou na cama em cima de sua esposa e começa a estrangulá-la.
Julia tentou gritar mas seu grito não podia passar pela garganta que
estava sendo esmagada. Ela olhou ao redor de si e viu varias pessoas,
todos vestidos de preto e davam gargalhadas ao ver a situação da mulher,
ela pode então entender o que estava acontecendo, seu marido estava
sobre a influencia de maus espíritos. Ela viu uma luz do lado de sua
cama, e sua avó, que faleceu quando ela ainda era um bebê estava do seu
lado. Julia pensou que estava morta e sua avó teria vindo buscá-la.
“Segura na minha mão filha e repete o que eu disser, dentro de sua
cabeça somente, não em voz alta.” – disse a senhora, começando a cantar o
que parecia uma musica de oração.
Aos poucos Julia foi retomando sua força e viu os espíritos que
atormentavam seu marido, porém eles não riam e sim gritavam. Rodrigo
caiu do lado da cama desmaiado e quando Julia olhou para cama, sua avó
já não estava mais lá junto com todos outros espíritos. Ela correu até o
telefone e ligou para sua irmã, que era uma médium e estava acostumada
com tal assunto.
Quando sua irmã chegou ao lugar andou por todos os cômodos, parecia estar muito assustada.
“Julia, você e Rodrigo tem que sair do apartamento agora e não voltem
mais, mesmo que eu tente limpar-lo, espíritos das trevas sempre irão
retornar para te atormentar. As macumbas e rituais demoníacos que foram
feitos aqui marcaram o apartamento para sempre.” – disse sua irmã.
Quando Rodrigo acordou ela contou tudo a ele e mostrou as marcas dos
dedos no seu pescoço. Furiosos eles pegaram algumas coisas pessoais e
saíram do apartamento para nunca mais voltar. Porém iriam até a casa dos
antigos donos tirarem satisfação.
Chegando lá Rodrigo bateu na porta da casa que estava escura e parecia
vazia. Muito nervoso por quase ter matado sua esposa ele chuta a porta
até arrombá-la. Quanto os três entram na casa viram que estava
totalmente vazia.
“Não mora ninguém nessa casa a mais de vinte anos. O casal de velhos que
moravam aqui morreu há muito tempo, os filhos nunca entraram na casa,
tinham medo de...” – disse uma voz vinda da porta de entrada.
“Eu estive aqui há dois dias e eles estavam vivos, me venderam um
apartamento e...” – gritou Rodrigo mas foi interrompido pelo homem na
porta.
“Eu te vi aqui, você conversou sozinho o tempo todo, achei que você era
louco. Como ia dizendo, o casal era muito rico, diziam que tinham pacto
com o diabo e me ofereceram por varias vezes para fazer o mesmo, eu como
bom cristão me afastei deles, mas sempre eu via que vinham pessoas aqui
e eu podia escutar os gritos de tortura e encantos diabólicos, por
varias vezes chamei a policia, mas nunca encontraram nada, os dois
filhos que tinham os abandonaram ainda muito jovens, quando os pais
morreram doaram os móveis, mas eu nunca os vi entrar na casa.” – disse o
homem.
“Vocês foram vitimas desses espíritos, provavelmente queriam o espírito de Rodrigo.” – disse a irmã de Julia.
Rodrigo deu um grito de terror. Quando os outros olharam, ali estavam os
dois velhos com olhos vermelhos e sorriso tenebroso. Os quatro correram
para fora da casa e fecharam a porta. Julia e Rodrigo se abraçaram por
um longo tempo tendo em mente que agora deveriam recomeçar a vida do
zero.
Dizem por ai que o casal continua a procura de almas para coletar, então
cuidado, a sua pode estar sendo observada agora mesmo...
O telefone dos mortos
Janaina estava passando os números de telefone dos seus amigos da agenda
velha para uma nova quando viu o número de Patrícia, uma amiga falecida
alguns meses em um acidente de carro quando voltava de uma festa com seu
namorado Pedro que até hoje estava em coma. O acidente foi causado por
um motorista bêbado em alta velocidade e Patrícia morreu no local.
Janaina sentiu um frio da espinha e uma tristeza repentina, pensou em ligar para o número e talvez escutar a voz de sua amiga em uma gravação se o telefone ainda estivesse ativado. Hesitou por um instante, pois não sabia qual seria sua reação ao escutar a voz da amiga, mas pegou o telefone discou o número. Escutou o telefone chamando duas vezes e fez menção de desligar, pois se sentia boba fazendo aquilo, porém alguém atendeu.
“Alo.”
“Oi Janaina.” – respondeu a pessoa do outro lado da linha.
“Quem esta falando?”
“Quem poderia ser? É a Patrícia.”
“É impossível.”
“Como assim? Você ligou para o meu número, quem você esperava que atendesse?”
Aterrorizada e sem saber o que fazer Janaina continuou a conversa, que foi curta, pois ela estava com muito medo. Nos próximos dois meses ela continuou ligando para o número que sempre era atendido pela amiga já morta, conversava rapidamente e desligava. Pedro havia saído do coma, porém ainda se encontrava no hospital se recuperando das fraturas.
Um dia Janaina decidiu que iria ligar e perguntar sobre o acidente e se ela se lembrava de algo. Ela ligou e as duas conversaram por período curto e Patrícia começou a fazer perguntas sobre seu namorado.
“Janaina, você tem alguma noticia do Pedro? Por que ele não me liga? Ele me prometeu estar do meu lado não importa o que acontecesse. Ele desapareceu e não me liga, tenho me sentindo tão sozinha.” – perguntou Patrícia com voz de choro.
Janaina estava paralisada, não sabia o que dizer ou qual seria a melhor resposta e falou a primeira coisa que lhe veio à mente.
“Porque... porque você morreu no acidente de carro.” – respondeu ela com calafrios.
A última coisa que ela escutou foi o grito de terror de sua amiga e o sinal de ocupado logo em seguida. Rapidamente ela re-discou o número de Patrícia, porém dessa vez a voz do outro lado da linha disse:
“Este número é inexistente.”
Janaina sentiu um frio da espinha e uma tristeza repentina, pensou em ligar para o número e talvez escutar a voz de sua amiga em uma gravação se o telefone ainda estivesse ativado. Hesitou por um instante, pois não sabia qual seria sua reação ao escutar a voz da amiga, mas pegou o telefone discou o número. Escutou o telefone chamando duas vezes e fez menção de desligar, pois se sentia boba fazendo aquilo, porém alguém atendeu.
“Alo.”
“Oi Janaina.” – respondeu a pessoa do outro lado da linha.
“Quem esta falando?”
“Quem poderia ser? É a Patrícia.”
“É impossível.”
“Como assim? Você ligou para o meu número, quem você esperava que atendesse?”
Aterrorizada e sem saber o que fazer Janaina continuou a conversa, que foi curta, pois ela estava com muito medo. Nos próximos dois meses ela continuou ligando para o número que sempre era atendido pela amiga já morta, conversava rapidamente e desligava. Pedro havia saído do coma, porém ainda se encontrava no hospital se recuperando das fraturas.
Um dia Janaina decidiu que iria ligar e perguntar sobre o acidente e se ela se lembrava de algo. Ela ligou e as duas conversaram por período curto e Patrícia começou a fazer perguntas sobre seu namorado.
“Janaina, você tem alguma noticia do Pedro? Por que ele não me liga? Ele me prometeu estar do meu lado não importa o que acontecesse. Ele desapareceu e não me liga, tenho me sentindo tão sozinha.” – perguntou Patrícia com voz de choro.
Janaina estava paralisada, não sabia o que dizer ou qual seria a melhor resposta e falou a primeira coisa que lhe veio à mente.
“Porque... porque você morreu no acidente de carro.” – respondeu ela com calafrios.
A última coisa que ela escutou foi o grito de terror de sua amiga e o sinal de ocupado logo em seguida. Rapidamente ela re-discou o número de Patrícia, porém dessa vez a voz do outro lado da linha disse:
“Este número é inexistente.”
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